Resenha: A casa do céu

Título: A casa do céu
Autora: Amanda Lindhout e Sara Corbett
Editora: Novo Conceito
Nota:                                         Onde comprar: LINK

Minha opinião sobre o livro:

Desde pequena Amanda sempre sonhou em viajar pelo mundo, conhecer novos ares, registrar os momentos importantes. Trabalhou como barman (ou seria bargirl?) em uma boate o que lhe rendeu muito dinheiro para visitar lugares inusitados. Um tempo depois, Amanda deixa o seu trabalho e vira jornalista, registrando sobre a cultura dos povos árabes. Ela visita países pobres do Oriente Médio que estão em guerra e sua coragem a leva a Somália, mais conhecida como “O inferno na Terra”; Amanda e seu ex-namorado, Nigel, acabam sendo sequestrados por piratas e mantidos em cativeiro por 460 dias, sob péssimas condições: abusos, maus tratos e todo tipo de violência possível.

Amanda Lindhout abre o seu coração nos mostrando passos de sua vida até chegar na parte em que foi sequestrada. Ela mostra como foi viver confinada em um quarto sentindo fome, medo e desespero por um ano e alguns meses. É impossível não se sensibilizar com a história, a autora nos transmite tudo o que sentiu em cada momento da sua vida: determinação, coragem, medo, perseverança e esperança.

  “Entendo que aqueles garotos, e até mesmo os líderes do grupo, eram produtos do próprio ambiente em que viviam: uma guerra violenta e aparentemente interminável que deixou milhares de crianças órfãs e que já dura mais de vinte anos.”

Identifiquei-me com a autora porque pretendo ser jornalista e fotógrafa, além de ter uma enorme vontade de fazer um tour pelo mundo, mas uma diferença entre mim e ela é que Amanda mete as caras, não tem medo do perigo; gostaria de ter 1/3 da coragem que ela tem...

Em algumas cenas que eu queria parabenizá-la, em outras eu queria gritar: “O que você está fazendo ai, garota?” e em outras queria simplesmente abraçá-la, dizer que ficaria tudo bem. Nem precisa dizer que chorei lendo o livro, né?

Sabe o que é mais triste? É que neste momento, enquanto você está lendo essa resenha, tem pessoas inocente s sendo sequestradas, torturadas ou mortas vítimas da guerra. A guerra transforma pessoas, as fazem ficar agressivas, rancorosas e abaladas. O trauma tem as mesmas características e apesar disso ter acontecido há anos, Lindhout se lembra de cada momento como se houvessem acontecido há segundos atrás.

Mais uma vez parabenizo a autora pela sua valentia e por divulgar a sua história. Imagino que não seja fácil passar suas tristes memórias para o papel.

Livro mais que recomendado!

“Decidi perdoar as pessoas que tiraram minha liberdade e que abusaram de mim, apesar do fato de que as coisas que elas estavam fazendo eram absolutamente erradas. Decidi perdoar a mim mesma pelo impacto que minha decisão de ir a Somália causou aos meus entes queridos no Canadá. Perdoar não é algo fácil de fazer. Alguns dias não é mais do que um ponto distante no horizonte. Eu olho para ele. Aponto meus pés em sua direção. Em alguns dias, consigo alcançar o ponto; outros não. Mais do que qualquer coisa, é o que vem me ajudando a continuar vivendo a minha vida.”

Obs: Para você que está se perguntando: “Quem é Sara Corbertt?” Ela ajudou a Amanda a escrever o livro.