Resenha: O destino do tigre

Título: O destino do tigre
Autora: Colleen Houck
Editora: Arqueiro
Onde comprar: LINK
Nota: 

O que a Estefany achou do livro:

Antes de tudo: que capa linda!!! Na minha opinião é a mais bonita de todas. Eu sei My, que você prefere a primeira, mas meu, essa capa tem uma Fenix! Feroz e em chamas, o pássaro mitológico representa esperança e renascimento, ou seja, o livro carrega a esperança pelo fim da maldição ao mesmo tempo em que representa o renascimento dos personagens, as mudanças que essa grande aventura irão causar em cada um dos três.

A saga em geral é muito boa. Adoro a Índia, por conta da riqueza da cultura, as crenças e mitos tão fantásticos e surreais, e a autora se aproveitou muito bem disso. Ela não só usa os mitos indianos como base para a trama como também compartilha com o leitor todas as coisas maravilhosas que ela aprendeu enquanto estudava o país. Mas apesar disso, acho que ela poderia ter ressaltado outros pontos da Índia, não só as coisas boas. Não sei se vocês concordam comigo, mas acho que todo livro tem além de divertir e emocionar, denunciar problemas da sociedade, chamar a atenção para questões que devem ser solucionadas, tipo uma obrigação social. E acho que no contexto da Índia, em que há a divisão por castas, e por isso o preconceito, os casamentos arranjados e casos de crianças que se casam, a desigualdade social e o machismo, há muita coisa que a autora podia expor pro leitor e demonstrar que nem tudo é um mar de rosas. Mas enfim, ainda gosto muito do livro por explorar a cultura indiana. Você se diverte e aprende ao mesmo tempo.

Mas, se por um lado a autora acertou, em outro ela pecou muito feio. Não gosto da construção que ela faz das personagens. Os irmãos são muito perfeitos, e isso não é bom. Gosto de personagens reais, complexos, como todo ser humano é, cheio de contradições. E uma coisa que me deixou muito nervosa foi a transformação que o Kishan sofre. Poxa, ele era rebelde, fazia o que queria, não era um vilão, mas tinha aquele lado malvado irresistível, que dá maior realidade ao personagem. Mas o que a Collen faz? O transforma em um cara bonzinho e completamente de quatro pela “extremamente apaixonante” (ironia) Kelsey. Tá, ele podia até se apaixonar por ela, mas esperava algo mais ardente, não aquela coisa xoxa como é entre o Ren e a Kelsey. Gente, eles nunca brigam! Qual é, é bom briga de casal, dá uma apimentada na relação...

E apesar de essa transformação do Kishan ter me deixado muito irritada, nada estraga mais do que essa protagonista com complexo de inferioridade. Serio, esse foi o único livro (por enquanto) em que eu detestei a protagonista. Eu xingava ela, falava “bem feito” quando ela se ferrava e torcia contra ela.  Ah, fala serio, essa Kelsey é um saco, oh menina trouxa. Dois caras lindos, ricos e super gostosos estão babando nela, e sem falar que cada novo personagem gama nessa mina que só pode ser melada no mel – e a safada ainda tem coragem de se chamar de rabanete e fugir por que “não é boa o suficiente pro cara”. Qual é menina, se valoriza e aproveita seus tigres.

Agora, especificamente sobre esse ultimo livro confesso que tinha grandes expectativas, e me decepcionei totalmente. A autora cometeu o sacrilégio de cair no clichê que tá tão em alta ultimamente: triângulo amoroso. Aff, como isso é banal, comum, enjoativo. Sem falar que esse triângulo amoroso é do tipo sem graça, por que não tem um malvado, não tem brigas pela mocinha e você já sabe com quem ela vai terminar.  E mesmo estando na cara quem é o cara certo pra Kelsey, com quem ela vai ficar, essa maldita ainda foge do destino dela. Fia, se conforma. E cá entre nós, se conformar com uma coisa linda daquela (independente de qual irmão eu estou falando) não é nada difícil.

“-Aprenda a amar o momento em que se encontra. Valorize suas experiências, pois momentos preciosos passam rápido demais por você e , se estiver sempre correndo em direção ao futuro ou ansiando pelo passado, irá se esquecer de desfrutar e apreciar o presente.” 

Mas eu tenho que defender a Kelsey um pouquinho. Apesar de continuar uma completa idiota e acéfala ela evolui um pouco. Parece mais determinada, mais confiante, e por isso surpreende no inicio. Enquanto esta no covil do maligno Lokesh ela consegue manipula-lo, e interpreta muito bem. E obvio, ela seduz ele, mas dessa vez ela fez por merecer.

Na verdade ao longo da narrativa a Kelsey demonstra estar mais preparada, mas mais pro final eu fiquei com um ódio tremendo dela. Quando a missão acaba e ela teria que voltar a ser uma menina comum e devolver os presentes de Durga, ela fica extremamente convencida, fica se achando importante demais. Tá, é compreensível. Imagina você ter um fruto mágico que faz a comida que você quer, na hora que você quer; ou uma encharpe capaz de desenhar a roupa perfeita, como você imaginou. Eu também ficaria triste se tivesse que devolver tudo isso, mas nunca teria agido como ela agiu. Foi uma atitude mesquinha e mal educada, que não tinha muito a ver com a personalidade dela nos livros anteriores. Sem falar que sentir ciúmes do cara que você deixou livre, daquele que você renegou é puro egoísmo. Se não vai ficar com ele deixa ele viver, né?

No conflito final a autora tenta fazer personagem parecer “a fodona” e isso é irritante. A Kelsey vira uma guerreira! É, aquela menina frágil se torna praticamente uma deusa.   Mas o final é realmente surpreendente. Uma morte inesperada, mas muito bonita, um sacrifício digno. E depois uma solução pro grande problema, que apesar de triste revela uma atitude altruísta, um amor real.

E mesmo com esse final tão bem elaborado, a autora ainda dá aquela corridinha pra acabar logo, e você fica tipo “Mas já acabou...?”. Mas enfim pessoas, não deixem de ler o livro. Apesar dos meus comentários um pouco ácidos esse livro é bom, divertido e que prende você na narrativa, vale a pena.

E pra vocês verem o quanto o final (o finalzinho mesmo) é um pouco insatisfatório, vários fãs fizeram queixas, e a autora procuro agradar dizendo que terá um quinto livro, pra resolver umas questões não bem explicadas. Talvez uma continuação curtinha que fale da “felicidade dos personagens”, ou cenas mais calientes tão desejadas pelos fãs, mas duvido que seja uma nova aventura, afinal tudo foi resolvido. Mas povo, não se anima muito não, o quinto livro pode ser tanto uma jogada de marketing repetitiva como uma defesa da autora por conta das criticas, ou seja, só um boato, algo que nunca vai aparecer. Mas enfim, se alguém souber de algo não deixe de avisar hem...

"O destino me escolhera...

Para ajudá-lo...

Para salvá-lo...

Para amá-lo.

E eu passaria o resto da minha vida fazendo exatamente isso."